Nos últimos seis meses, Darrell Harrison e eu tivemos a benção de conversar com pastores e conhecer igrejas por todo o país. Nunca deixo de me surpreender com o fator que esses homens têm em comum. Se eu pudesse pintar um quadro dos homens que servem em igrejas, grandes e pequenas, eles possuem características semelhantes. Além do seu amor pelo povo de Deus e da sua paixão pela igreja, também são evidentes os três componentes principais que cada homem possui em abundância. Esses pastores pregam fielmente, cuidam e são firmes em meio a perseguição.
Enquanto Darrell e pregávamos nas igrejas, cada pastor garantiu que tivéssemos tudo o que precisávamos pois demonstraram bastante hospitalidade. Todos foram gentis e expressaram entusiasmo em nos receber em sua igreja. A sua bondade era constrangedora, mas o que mais me impressionou foi a o que acontecia enquanto caminhávamos com os pastores pelas suas respectivas igrejas.
Enquanto eles nos levavam para conhecer os lugares, paravam e nos apresentavam aos membros de sua congregação. Uma saudação típica era: “Ei, irmão Mark, quero apresentá-lo aos nossos convidados”. Depois de cumprimentá-lo, o pastor prosseguia: “Pessoal, quero apresentar-lhes o irmão Mark. Ele e sua esposa Sarah frequentam a igreja aqui há seis anos. O irmão Mark e a sua esposa têm sido fiéis à igreja e têm servido no ministério infantil. O irmão Mark é diácono e está aqui desde que cheguei como pastor. O irmão Mark tem três filhos e um está a caminho.” O pastor então perguntava como estava a esposa do irmão Mark, já que ele não a viu na igreja no Domingo. O pastor continuava: “O irmão Mark e eu vimos algumas coisas incríveis acontecerem na vida desta igreja e na vida de nosso povo. Ah, a propósito… O irmão Mark está prestes a conseguir uma promoção no trabalho. Temos orado por essa oportunidade. Você já conseguiu?” Depois de uma conversa que poderia durar 10 minutos ou mais, esbarravamos em outra pessoa e tudo se repetia.
Esses homens me ajudaram a desenvolver a imagem de um pastor fiel. É incrível como estes homens guiam o seu povo através de choques culturais, uma pandemia global e dores pessoais, permanecendo fiéis ao chamado do ministério.
Pregação Fiel
Um dos principais atributos que cada homem demonstrou foi um compromisso exclusivamente fiel com a pregação. Embora o estilo de pregação de cada homem fosse diferente, o seu compromisso com a pregação expositiva era semelhante. A pregação expositiva requer estudo diligente, o que estes fiéis pastores demonstraram. Eles compreendem a obra santificadora na vida do crente vivenciada pela exposição da Palavra de Deus.
Em seu livro Fome na Terra: Um Chamado Apaixonado para Pregação Expositiva, Stephen J. Lawson escreveu o seguinte:
“Esta fome nos púlpitos em todo o país revela uma perda de confiança na Palavra de Deus para realizar a sua obra sagrada. Embora os evangélicos afirmem a inerrância das Escrituras, muitos aparentemente abandonaram a sua crença na sua suficiência para salvar e santificar. Em vez de expor a Palavra com crescente vigor, muitos estão recorrendo a estratégias menores, num esforço para ressuscitar ministérios mortos. Mas com cada novidade acrescentada, a exposição direta da Bíblia está sendo relegada a um papel secundário, machucando ainda mais a igreja. Fazer a obra de Deus à maneira de Deus requer um compromisso inabalável de alimentar as pessoas com a Palavra de Deus através de pregação e ensino bíblico sádio.”
Muitos púlpitos assemelham-se a palcos de comédia stand-up, a partir dos quais os pastores proferem Ted Talks abreviados de vinte e cinco minutos, em vez de um local a partir do qual a proclamação da Palavra de Deus terá lugar. Os pastores fiéis consideram a Pregação da Palavra um dever sagrado.
Muitos púlpitos assemelham-se a palcos de comédia stand-up, a partir dos quais os pastores proferem Ted Talks abreviados de vinte e cinco minutos, em vez de um local a partir do qual a proclamação da Palavra de Deus terá lugar.
Cuidado Pastoral Fiel
As igrejas preparadas para cuidar dos outros foram expostas a um duro golpe durante a pandemia, quando as suas portas foram fechadas. Pastores fiéis de igrejas, grandes e pequenas, reconheceram a gravidade do que estava acontecendo e começaram a agir. Os presbíteros de muitas igrejas começaram a ligar para os mais vulneráveis e trabalhavam para chegar a todos.
Cada igreja teve que tomar decisões sobre abrir ou fechar seus salões de culto. Cada igreja teve que tomar decisões sobre como ministrar ao seu povo. Estes pastores fiéis tomaram esta decisão com um elevado nível de cuidado pastoral indicando que a igreja era sua própria família. Eles levaram a sério a incumbência que Paulo havia dado aos anciãos de Efésios antes de sua partida: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue”. (Atos 20:28).
Fiel em meio a Perseguição
Vivemos na cultura pós-cristã. Muitos lembram de quando proclamar a fé cristã era respeitável. Hoje, porém, a pressão para abandonar a doutrina bíblica é tamanha. Com a mudança de governo, leis que favorecem grupos LGBTQIA+ ameaçam muitos pastores. Restrições da COVID transformam os espaços de reunião e pastores são desafiados a decidir se se submeterão ao governo ou a Deus em relação à “assembleia dos santos” (Hb 10:25).
Os pastores fiéis estão tomando decisões com sóbria convicção. Um querido irmão disse recentemente: “Você pode determinar rapidamente se uma crença é uma convicção quando a pressão da perseguição é aplicada à decisão que você está prestes a tomar”. É fácil dizer que você acredita em alguma coisa. Contudo, quando a pressão da perseguição for aplicada à sua decisão, você permanecerá fiel?
A incrível beleza do Cristianismo Americano tem sido a nossa capacidade de proclamar livremente as boas novas do Evangelho em todo o mundo. Infelizmente, o triste resultado desta verdade foi que a falta de perseguição muitas vezes tornou os cristãos americanos moles. De alguma forma, fomos levados a acreditar que se o governo não aprovar a nossa mensagem, devemos ajustá-la.
Antes de partir, Jesus deixou uma coisa clara aos seus discípulos quando disse: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:33 ACF)
Eu fui encorajado ao testemunhar pastores fiéis enfrentando questões difíceis e se firmando em princípios bíblicos, ao invés de se firmarem em sua própria força. O mundo precisa de pastores fiéis. Eu sou privilegiado em conhecê-los.
