Por que os membros da Igreja devem ser regenerados?

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Por muitos anos, os evangélicos desenvolveram métodos e estratégias para o crescimento da igreja. Essas metodologias muitas vezes resultaram em um aumento no número de membros da igreja, mas com o tempo fica claro que um grande número não era sequer convertida quando foi recebida como membro, eles foram batizados como incrédulos e receberam privilégios e responsabilidades que só deveriam ser concedidos aos regenerados seguidores de Cristo. No fim, tornou-se fácil entrar pela porta da frente e sair pela porta dos fundos da igreja local.

Como pastor, dediquei minha vida à saúde e à força da igreja local. Muitas vezes fiquei triste com a visão deficiente de membresia da igreja adotada por muitos pastores e membros de igreja evangélicas. Pastores são mais que pregadores, muitos homens são comunicadores talentosos, mas é preciso mais do que uma hermenêutica saudável e uma pregação expositiva para pastorear o rebanho de Deus. Esse trabalho de pastoreio e supervisão envolve guardar e orientar a igreja para almejar uma membresia regenerada.

Membresia Regenrada

A Igreja é a noiva de Cristo, os redimidos de Deus, aqueles por quem Cristo morreu (João 10:15). Quando estudamos a doutrina da igreja, devemos distinguir entre a universal e a local.

A Igreja é a noiva de Cristo, os redimidos de Deus, aqueles por quem Cristo morreu (João 10:15).

Igreja universal: Todos os verdadeiros crentes de todos os tempos e de todos os lugares ao redor do mundo. A igreja universal um dia, no retorno de Cristo, será reunida, perfeita em santificação e apresentada diante do Senhor Jesus como imaculada e pura (Mateus 16:18, Efésios 1:22-23, 5:25).

Igreja local: Qualquer grupo local de pessoas regeneradas pelo Espírito de Deus (Tito 3:5; João 3:1-5), batizadas publicamente como seguidores de Cristo que são comprometidas umas com as outras em um relacionamento de aliança que envolve reunião comunitária. É uma comunidade visível com o propósito de adoração, serviço e comunhão. Vemos igrejas locais referenciadas nas saudações de Paulo “à igreja de Deus que está em Corinto” (1 Coríntios 1:2a), “às igrejas da Galácia” (Gálatas 1:2b) e “aos santos que estão em Éfeso” (Efésios 1). :1b) por exemplo.

Ao examinarmos o Novo Testamento, encontramos exemplos de membresia de igreja funcional. R. C. Sproul disse: “Ser chamado por Deus para fora do mundo e para dentro do corpo de Cristo é a vocação mais elevada possível.” Observe a linguagem do Novo Testamento em referência à igreja local. A igreja é retratada como uma família. Em 1 Timóteo 5:1-2 vemos membros respeitando uns aos outros como uma família, Deus é referido a nós como Pai, e os membros são referidos como filhos de Deus. Em outros lugares, as Escrituras apontam que após a nossa salvação, fomos adotados na família de Deus (Romanos 8; Gálatas 4; Efésios 1).

A igreja local, foi concebida por Deus para comunhão, prestação de contas, crescimento espiritual e comunidade. Não fomos feitos para andarmos sozinhos na jornada da fé.

As Escrituras revelam uma membresia funcional porque eles contam os batismos (Atos 2:41), as conversões registradas (Atos 4:4), as viúvas sendo servidas (Atos 6; 1 Tim 5) e a disciplina eclesiástica sendo aplicada (Mateus 18: 15-20; 1Cor 5). A linguagem usada nas Escrituras para designar membros é diversa, mas fornece imagens úteis.

  • Igreja como Corpo – 1 Coríntios 12
  • Igreja como Assembleia – Hebreus 10:25
  • A Igreja como um Rebanho – 1 Pedro 5:2
  • A Igreja como um Edifício – 1 Coríntios 3:9

A igreja local foi concebida por Deus para comunhão, prestação de contas, crescimento espiritual e comunidade. Não fomos projetados para caminhamros sozinhos na jornada da fé. Fomos chamados das trevas e do isolamento do pecado para uma comunidade que erradia o amor pelo Evangelho. Entretanto, esse amor e aceitação também exige prestar contas.

A Membresia de Igreja é Assertiva e Presta Contas

Em muitos ambientes religiosos evangélicos, o número de membros de uma igreja local não corresponde às pessoas que estão no culto. Em algumas denominações evangélicas, como a Convenção Batista do Sul, são retirados relatórios anuais das igrejas locais a fim de registar o número de batismos, novos membros e outras categorias estatísticas.

Como acontece em igrejas, o número relatado à denominação ou convenção estatal não é o mesmo (ou quase o mesmo) que o número de membros que estão ativos, envolvidos, presentes e empenhados na vida da igreja. Muitas vezes a verdade é que o número de membros “ausentes e desaparecidos” é maior do que o número de pessoas que comparecem aos Domingos.

Isso causa muitos problemas, incluindo o fato dos pastores e membros não conhecerem as pessoas pelas quais são responsáveis ​​na relação pactual de membresia na igreja. Isto requer ação por parte da igreja local, a fim de alcançar um quadro de membresia que seja funcional.

Reformando e Revitalizando uma Igreja Local

Quando uma igreja local se desvia do seu propósito, resultando em um aumento do número de membros na igreja, algo terá eventualmente de ser feito para provocar uma reforma e revitalização adequada na vida da igreja. Em resumo, os pastores precisam saber por quem são responsáveis ​​ e a igreja deve saber a quem estão unidos no pacto de membresia.

Remova Membros que Não Frequentam

Não existe uma categoria no Novo Testamento para “membro não frequentador”. Em casos como os membros idosos que estão confinados às suas casas por razões médicas e deficiência física, os pastores ainda são responsáveis ​​pelo seu bem-estar espiritual e os membros ainda são responsáveis ​​por orar e encorajá-los na fé. No que se refere as pessoas que se separaram do corpo de Cristo e se isolam do cuidado pastoral, elas devem ser confrontadas e corrigidas. Se elas persistirem no seu desejo de se divorciarem da sua igreja local, o corpo de mebros deve removê-las da condição de membresia. Nesses casos, o remédio é a excomunhão de membros não frequentadores e que se recusam de participar na dinâmica da igreja local (Hb 10:24-25; Ef 4; Mt 18:15-20).

Não existe categoria Neotestamentária para membros que não frequentam a igreja

Sim, excomungue-os! A remoção de membros não presentes é de fato uma reprovação. Os pastores, a quem foi dada a responsabilidade de pastorear o rebanho de Deus, e os membros da igreja local coletivamente devem comunicar excomungados que já não são aceitos mais como membros. As responsabilidades e privilégios de membros da igreja local estão agora oficialmente revogados. Se persistirem na rejeição da condição de membro da igreja, não poderão mais ser aceitos como irmãos ou irmãs em Cristo também.

Dicas para evitar membros não regenerados e ausentes

A igreja está em constante necessidade de supervisão espiritual, cuidado e responsabilidade. Não existe uma semana de descanso. Pastores fiéis entendem isso e o fazem semanalmente. Também é extremamente importante que os membros da igreja local percebam a necessidade de um envolvimento semanal. A comunhão cristã e a responsabilidade são fundamentais para a saúde e a força de uma igreja local. A prestação de contas nem sempre é negativa; na verdade, muitas vezes pode ser positiva e esse envolvimento ativo resulta em frutos ​​para a glória de Deus.

A igreja está em constante necessidade de supervisão espiritual, cuidado e responsabilidade. Não existe uma semana de descanso.

Proteja a porta da frente: Implemente uma aula de novos membros que explique a doutrina e a funcionalidade da igreja. Forneça também um processo de integração útil e eficiente para os membros. Unir-se a uma igreja nunca deve ser fácil demais.

Proteja a porta dos fundos: Implemente um processo de pastoreio fiel e responsável para os membros, especialmente para os que ficam à margem e eventualmente persistem em padrões de não comparecimento. Observe cuidadosamente padrões que não se refiram somente a ausência de comunhão.

Pacto de membresia: Adote um pacto de membresia na greja local que não seja apenas enfeite para a ATA de Constiuição e Estatuto), mas que seja regularmente recitado uníssono em casos como reuniões de membros (assembleias) ou reuniões de oração. Essa medida vai trazer a memória dos membros os privilégios e responsabilidades de ser membro da igreja.

Comunidade de Igreja Saudável: Organize a vida da igreja em torno de uma funcionalidade comunitária saudável. Certifique-se de que a igreja pratica regularmente o que a Bíblia chama de “um ao outro”. Uma igreja saudável ama uns aos outros, serve uns aos outros, ora uns pelos outros, confronta uns aos outros, ajuda uns aos outros e edifica uns aos outros no amor. A comunhão cristã (koinonia) é mais do que um aperto de mão no domingo de culto. Deve ir além das conversas casuais para um envolvimento mais profundo. Isto é possível através de pequenos grupos que se reúnem e oram juntos regularmente.

Ensine a necessidade de participação: Em vez de permitir que os membros da igreja sejam apenas espectadores eclesiásticos, devemos semear uma cultura de participação. Desde oportunidades de serviço, até o culto do Dia do Senhor, devemos manter intencionalidade participativa em tudo o que é feito na vida da igreja. Deveríamos padronizar isso para os membros mais jovens e ensiná-lo aos nossos filhos e netos. Não vamos à igreja para ver algo acontecer. Somos a igreja que se reúne para servir e adorar ao nosso Deus.

Pratique a Disciplina da Igreja: Não temos escolha . A disciplina da Igreja é ordenada por Cristo. Entretanto, a linguagem da “disciplina” é muitas vezes interpretada de forma negativa porque é vista como o passo final da excomunhão e separação. A disciplina na igreja é um dos aspectos mais vitais de uma igreja saudável. Na verdade, encorajo as pessoas a absterem-se de se filiar a uma igreja local se não praticarem a disciplina eclesiástica. Ela é aplicada para o bem e saúde da igreja local, quando praticada com amor, e resulta no fortalecimento da vida da igreja e em uma congregação que produz muitos frutos para a glória de Deus.

Ser membro de uma igreja é importante para Deus e por isso deve ser algo que levemos a sério na vida cristã. Em uma época de inconstância e de vida nominal da igreja, devemos resistir ao espírito da época. Espero que o Senhor esteja satisfeito com a forma como priorizamos a membresia da igreja e nos envolvemos como crentes a fim de que a igreja local seja vibrante e saudável ​​para a glória de Deus.

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Josh Buice | Brasil

Josh Buice é o fundador do Ministério G3 e serve como pastor na Pray’s Mill Baptist Church (Igreja Batista Moinho de Oração) na zona oeste de Atlanta. Ele ama teologia, pregação, história da Igreja, e é bastante compromissado com a Igreja local. Ele gosta de praticar esportes, como corrida de longas distâncias e costuma caçar nas florestas do país. Ele tem escrito sobre salvação pela Graça desde que estava no seminário e tem atingido um número relevante de leitores com o passar dos anos.