A Profecia Moderna é Falsa: Em Defesa da Suficiência das Escrituras

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Na Conferência Nacional do G3 de 2023, o documentário cessacionista foi divulgado publicamente. O Ministério G3 fez parceria direta com produtores audiovisuais para fornecer um recurso para a igreja que explica a doutrina do cessacionismo em contraste a história do movimento continuista.

Após o lançamento do filme, o Dr. Sam Storms, pastor emérito da Igreja Bridgeway em Oklahoma City, Oklahoma, lançou uma série de artigos defiando os teólogos que apareceram no documentário. Neste artigo, gostaria de responder a Sam Storms sobre profecias modernas. De acordo com o Dr. Storms, qualquer pessoa que não deseje sinceramente o dom de profecia está pecando.

As bases falsas da profecia moderna deve ser visto como um perigo para o povo de Deus. Embora eu tenha me beneficiado pessoalmente do ministério do Dr. Storms ao longo dos anos, suas recentes declarações sobre profecia e defesa de falsos mestres me deixam preocupado. Escrevo, não para atacar o caráter do Dr. Storms, mas para responder às suas ousadas afirmações sobre a continuidade profética em nossos dias.

Definindo Profecia

A Bíblia contém vários tipos de gênero. Um dos gêneros mais proeminentes nas Escrituras é a profecia. No Antigo Testamento, vários livros narram a mensagem que foi entregue por Deus através dos seus porta-vozes ao povo Seu povo. Esses livros estão organizados em dois grupos principais: profetas maiores e menores. A definição de maior e menor é baseada no tamanho do Livro e não na relevância do profeta.

O profeta foi levantado por Deus como seu orador que declara “Assim diz o Senhor”. De fato, essa frase, é traduzida com mais precisão na Corrigida e Fiel como “Assim diz Yahweh (Senhor)”, aparece um total de 464 vezes no Antigo Testamento.

O profeta é chamado de homem de Deus (1 Samuel 2:27), servo e mensageiro do Senhor (Isaías 42:19), vidente (Isaías 30:10), homem do Espírito (Oséias 9:7) e um vigia para o povo de Deus de acordo com Ezequiel 3:17. Em resumo, Deus fala diretamente ao profeta que, por sua vez, se dirige ao povo de Deus. O profeta representava Deus diante do povo.

O propósito da profecia era transmitir a mensagem de Deus ao seu povo. Este padrão começou após a queda (Gênesis 3) e continuou durante todo o Novo Testamento. O dom de profecia nunca foi visto nas Escrituras como um dom incidental. Em um artigo intitulado “Não. O Dom Espiritual de Profecia não é o mesmo que Pregar” Sam Storms definiu profecia como “falar em palavras meramente humanas algo que o Espírito Santo revelou soberanamente e muitas vezes espontaneamente a um crente”. O problema com esta definição é que ela torna o dom de profecia bastante eventual e incidental. Ele faz uma distinção entre a profecia do Antigo Testamento e a profecia do Novo Testamento.

À medida que a luz raiou no plano redentor de Deus e Jesus foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de Maria, um grande profeta também foi concebido por Isabel e Zacarias. João Batista serviu como um poderoso profeta e precursor que anunciou a vinda do Messias (Mateus 3:1-3; João 1:29). Jesus referiu-se a João Batista como o maior homem nascido de mulher (Mateus 11:11). Ele ficou entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança e direcionou as pessoas para Jesus.

Jesus veio como Deus em carne humana – o Deus homem. Para usar a linguagem do histórico Credo Niceno, Jesus é “o Filho unigenito de Deus, gerado do Pai antes de todos os tempos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não feito”. Conforme predito por Moisés, Ele é o grande profeta que veio e deve ser obedecido (Dt 18:15). Jesus é o Profeta maior que Moisés (Hb 3:1-6). Todos os profetas do Antigo Testamento apontavam para Cristo que veio como o grande Profeta, Sacerdote e Rei eterno – o Salvador do mundo. Como os profetas do passado, Jesus transmitiu a mensagem de Deus ao povo. Hebreus começa assim:

Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo (Hebreus 1:1,2-ARC).

Após a morte, sepultamento, ressurreição e ascensão de Jesus – Deus continuou a comunicar-se através de vasos escolhidos com o seu povo. Durante a era da Igreja primitiva, o cânon ainda estava aberto. Embora Jesus tenha sido o auge da era profética, o bastão foi passado para os apóstolos que vieram no poder do Espírito Santo durante o primeiro século para ensinar e pregar a verdade de Deus ao povo de Deus, ratificando a mensagem com milagres, sinais e maravilhas.

Como cessacionista, tenho consciência do fato de que nenhum versículo bíblico pode ser usado para dizer que “todos os dons apostólicos cessarão”. Assim como a doutrina da Trindade é expressada através da revelação progressiva, o mesmo acontece com a doutrina do cessacionismo. À medida que lemos as Escrituras, a revelação progressiva nos mostra que alguns dons cessam porque foram dispostos por um período de tempo e propósito específicos na história da redenção. O ofício profético cessou e o dom apostólico não é mais concedido à igreja em nossos dias, por isso Paulo afirmou claramente que ele foi o último dos apóstolos (1Co 15:8).

A partir da revelação progressiva, a indisponibílidade dos dons associados ao profeta e aos apóstolos é evidenciada pelo encerramento do cânon bíblico e validado ao longo da história da igreja. Em sua carta à igreja em Éfeso, Paulo afirmou que a igreja “está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2:20) e temos tudo o que é necessário para a vida e a piedade até o retorno do Rei Jesus.

O Cânon está fechado

Ao longo de um período de 1.500 anos, o Espírito Santo fez com que quarenta homens diferentes escrevessem sessenta e seis livros únicos que compõem o que é conhecido como o cânon bíblico das Escrituras. Este cânon das Escrituras consiste em um corpo de livros que são de natureza divina, autoritativos e suficientes.

Durante o ministério terreno de Cristo, ele escolheu homens específicos que foram identificados como seus apóstolos. A esses homens foram dadas responsabilidades específicas que eram distintas das dos discípulos comuns de Jesus. Um apóstolo (ἀπόστολος) era um mensageiro ou delegado oficial escolhido pessoalmente por Jesus Cristo. Antigamente, eles referiam-se aos navios de carga como navios apostólicos. Esses barcos apostólicos foram despachados de um porto com carga para ser entregue em um porto diferente através do mar.

A palavra apóstolo foi usada por Jesus para designar aqueles homens escolhidos e enviados com a mensagem do Evangelho para ser pregada (Marcos 3:14). Em um sentido técnico, um apóstolo era alguém claramente escolhido e comissionado por Cristo para testemunhar da sua ressurreição corporal. Deus usou estes homens para testificar do seu Filho e para salientar que ele é o Cristo de Deus, para confrontar a religião legalista do povo judeu e para proclamar as boas novas aos gentios. Na obra de pregação e plantação de igrejas , Deus dotou esses homens e alguns de seus associados próximos com dons conhecidos como dons milagrosos ou melhor descritos como dons apostólicos devido à sua associação com os apóstolos.

Esses dons incluíam línguas, cura e profecia. No que se refere aos dons de línguas e de profecia, esses dons eram de natureza reveladora, pois eram usados ​​para transmitir a mensagem de Deus ao povo. Qualquer estudo sério de 1 Coríntios 14 revelará que esses dons deveriam ser usados ​​para a edificação da igreja. Na verdade, Paulo usa quatro vezes em 1 Coríntios 14 a palavra “edificação” da igreja.

Uma vez que o dom apóstolico cessou, os dons de revelação e milagres associados a eles também cessaram

Tais dons de revelação eram necessários porque o cânon bíblico ainda não estava completo, mas hoje não vivemos em uma era com o cânon aberto e não estamos antecipando quaisquer palavras novas da parte de Deus. Uma vez que o dom apóstolico cessou, os dons de revelação e milagres associados a eles também cessaram. Ninguém passou o bastão como vemos no ministério dos profetas para os apóstolos. Visto que agora temos um cânon completo das Escrituras, não deveríamos ficar procurando novos livros a serem acrescentados ou palavras divinas a serem ditas aos homens, as páginas das Escrituras bastam.

De acordo com a Confissão Batista de Londres de 1689, no capítulo um, “Das Sagradas Escrituras” parágrafo um, a seguinte declaração é apresentada no início da Confissão: “A Sagrada Escritura é a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação, de fé e de obediência.” Embora houve um tempo em que os homens ouviram revelação direta de Deus, essa era agora cessou. Somos agora direcionados pela Palavra completa e final de Deus nas Sagradas Escrituras.

A Confissão de Fé de Westminster, no capítulo um “Das Sagradas Escrituras” e no parágrafo seis diz: “Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens”. Por que os autores destas Confissões históricas como a 1689 (Confissão de Londres) e a CWM escreveram em seu primeiro capítulo uma declaração definindo a autoridade e suficiência das Escrituras? A resposta é clara. O cânon bíblico está agora fechado e consideramos a Palavra de Deus completa e suficiente.

A Profecia Moderna Nega a Suficiência das Escrituras

Na primeira carta de Paulo à igreja de Corinto, ele escreve estas palavras que servem de abertura para o capítulo 14: “Segui o amor e desejai sinceramente os dons espirituais, especialmente o de profecia”. A profecia deveria ser buscada hoje. Na resposta de Sam Storms ao documentário cessacionista, ele escreve o seguinte:

Portanto, continuo comprometido em me esforçar no poder do Espírito para obedecer ao que o Espírito inspirou Paulo a dizer. Minha definição de pecado, assim como suspeito que a sua também seja, é a desobediência intencional a uma ordem explícita das Escrituras. E não sei como Paulo poderia ter sido mais explícito do que em 1 Coríntios. 14:1,39, etc. Portanto, mantenho minha afirmação: “Se você não deseja sinceramente os dons espirituais, especialmente o de profetizar”, você está pecando.

Os pentecostais são místicos – sempre em busca de uma revelação mística, sonhos, visões, sinais, impressões, sugestões internas ou alguma comunicação e profecia extrabíblica de Deus. Isto deve ser visto como uma negação clara da suficiência das Escrituras. A Palavra de Deus é suficiente? O cânon bíblico é suficiente ou deveríamos ouvir a “voz mansa e delicada” de Deus ser sussurrada de alguma outra forma? Afastar as pessoas da Bíblia é a prática de seitas– e não do cristianismo histórico. A Igreja Católica Romana há séculos afasta as pessoas da Bíblia. Outras seitas fazem a mesma coisa, mas devemos permanecer comprometidos com a revelação clara e autoritativa encontrada nas páginas das Sagradas Escrituras.

Os pentecostais são místicos – sempre em busca de uma revelação mística, sonhos, visões, sinais, impressões, sugestões internas ou alguma comunicação e profecia extrabíblica de Deus.

Em 2 Timóteo 3:16, Paulo escreve: “Toda a Escritura é inspirada por Deus”. William Hendriksen observa: “A palavra soprada por Deus, ocorre apenas aqui, indica que ‘toda a Escritura’ deve sua origem e conteúdo ao sopro divino do Espírito de Deus.” As Escrituras nos concedem tudo o que é necessário para a vida e a piedade. Nada mais é necessário.

Entretanto, os pentecostais modernos insistem na necessidade de línguas (que simplesmente não são as línguas das Escrituras) e de profecia, que eram claramente dons de revelação com o propósito de transmitir a mensagem de Deus. Isto não apenas nega a suficiência absoluta das Escrituras, mas também encoraja as pessoas a desviarem o olhar da Bíblia para que Deus fale com elas pessoal e individualmente. O livro de Henry Blackaby, Experimentando Deus, foi bastante lido em todo o evangelicalismo de todas as linhas denominacionais por anos. Em seu guia de estudo, Blackaby escreve “Quando Deus falar com você em seu momento de silêncio, escreva imediatamente o que Ele disse”.

“Deus me disse” é um câncer dentro do corpo de Cristo que deve ser combatido.

Hoje, é comum ouvir pessoas dizendo ouvir mensagens de Deus. A fala “Deus me disse” é um câncer dentro do corpo de Cristo que deve ser combatido. Esta frase é publicada em livros, repetida em histórias poderosas por palestrantes de conferências e é adotada como práticas normativas em muitas igrejas locais e círculos evangélicos. Jackie Hill Perry publicou a seguinte declaração na sua conta no Twitter (agora X.com) datada de 31 de março de 2022 (ele removeu depois):

Eu quero compartilhar como o Senhor trata comigo profeticamente, mas os santos acham estranho coisas assim.

Esse mesmo padrão foi praticado por Beth Moore e pela popular autora Priscilla Shirer. Em seu livro: “Quando Deus fala: Como recohecer a voz de Deus”, Priscilla Shirer incentiva seus leitores a dedicarem tempo para ouvir Deus falar na rotina diária:

Dedicar tempo, espaço e oportunidade para ouvir a Deus é fundamental para aqueles que desejam sentir a convicção do Seu Espírito, receber Sua orientação detalhada e discernir Sua liderança intimamente.

Shirer continua escrevendo: “Tudo começa aqui: se quisermos ser capazes de sentir Sua direção, devemos desacelerar, aquietar nossos corações e ouvir a maneira como Seu Espírito se comunica.”8 Em vez de encorajar um método adequado de comunicação. Estudando a Bíblia e aprendendo com o que o Espírito Santo forneceu nas Escrituras, Shirer indica a seus leitores um método místico de ouvir a comunicação do Espírito. Ela continua escrevendo:

Ler Sua Palavra, significa abordá-la com uma mente e coração abertos, que não estejam atolados de opiniões próprias e ideias sobre o que o texto está dizendo. Significa investir tempo para meditar e refletir sobre sua aplicação pessoal.

A maneira casual como as pessoas afirmam ouvir uma mensagem de Deus é chocante. Esse nunca foi o padrão dos profetas do Antigo Testamento e nem foi a prática dos apóstolos do Novo Testamento. Sinclair Ferguson em um artigo intitulado “A Autoridade, Suficiência e Finalidade das Escrituras” observa:

Sempre que alguém começa uma frase com “o Senhor me falou” ou “o Espírito me revelou” e se refere a qualquer coisa que não seja a Escritura, na verdade estabeleceu um segundo cânon para si mesmo, uma porção adicional de revelação. Mas, como observou sabiamente William Bridge, “o Diabo falará cem verdades para que possa colocar uma mentira entre elas”.

O estudioso contemporâneo Wayne Grudem defende a continuação da profecia hoje. Ele abraça o que é conhecido como profecia falível e não autoritativa. Em sua Teologia Sistemática, Grudem escreve: “Há muitas indicações no Novo Testamento de que este dom comum de profecia tinha menos autoridade do que o da Bíblia, e ainda menos do que o ensino bíblico reconhecido na igreja primitiva”, no qual ele cita a história de Ágabo em Atos 21 como exemplo.

O problema com essa distinção é que ela não se enquadra na história de Ágabo e nem leva em consideração o fato de que os falsos profetas recebem a pena de morte de acordo com Deuteronômio 13:5. No caso de Ágabo, ele não forneceu uma profecia falível. Em Atos 21:11, Ágabo prediz que os judeus amarrariam Paulo com seu cinto e o entregariam aos gentios. Mais adiante no capítulo, Lucas revela que Paulo foi capturado por uma multidão e após sua prisão, o comandante ordenou que Paulo fosse amarrado com duas correntes (Atos 21:33). Como isso é uma profecia incorreta ou falsa? Tudo que foi previsto por Ágabo aconteceu. O fato de que Lucas omite alguns detalhes em sua narrativa não significa que Ágabo deu uma profecia falsa ou que ele a entendeu errado. Não, ele realmente acertou. Ágabo não era um falso profeta, mas um verdadeiro profeta de Deus.

Ao promover uma falsa categoria de profecia falível e sem autoridade, você abre a porta da frente da igreja local para uma série de charlatões e lobos. Os cristãos devem rejeitar esta prática moderna de profecia porque ela é desnecessária e perigosa.

Ao promover uma falsa categoria de profecia falível e sem autoridade, você abre a porta da frente da igreja local para uma multidão de charlatões e lobos. Os cristãos devem rejeitar esta prática moderna de profecia porque ela é desnecessária e perigosa. Em um artigo publicado em seu site, Sam Storms escreve:

O dom de profecia pode resultar em profecia falível, assim como o dom de ensino pode resultar em ensino falível. Portanto, se o ensino (um dom propenso à falibilidade) pode edificar a igreja, por que a profecia não pode ser boa para a edificação também? (1 Coríntios 14:3, 12, 26) Ainda que ambos os dons sofram de imperfeição humana.

É verdade que Paulo precisa corrigir à igreja de Corinto pelo abuso dos dons espirituais, mas Paulo não está normalizando a prática de línguas falsas ou revelações falsas, nem deveríamos dar espaço para profecias falíveis em nossos dias. Tal categoria antibíblica nunca deveria ser bem recebida na igreja.

Esta crença de que a profecia continua hoje deu origem ao que se tornou conhecido como o género de “turismo celestial” no evangelicalismo contemporâneo, onde as pessoas afirmam ir para o céu (ou, em alguns casos estranhos, para o inferno) e regressar com uma história fascinante que é publicada em livros. Em 2010, um menino chamado Alex Malarkey sofreu um terrível acidente de carro e, após um longo coma, sobreviveu. Alex tinha seis anos na época do acidente. Logo depois, ele e seu pai Kevin Malarkey publicaram um livro intitulado “O Menino que Voltou do Céu”. Era uma história sobre a fascinante jornada de Alex ao céu, onde ele passou um tempo com Jesus e vários anjos. O livro foi um grande sucesso, vendeu mais de 1 milhão de cópias e passou meses na lista dos mais vendidos do New York Times. Foi vendido e distribuído pela Lifeway Christian Resources. (Famosa Editora Evangélica).

No entanto, Alex chocou o mundo quando escreveu uma carta aos consumidores cristãos com uma confissão séria e honesta:

Eu não morri. Eu não fui para o céu. Eu disse que fui para o céu porque pensei que isso chamaria a atenção. Quando fiz as afirmações, nunca tinha lido a Bíblia. As pessoas lucraram com mentiras e continuam lucrando. Eles deveriam ler a Bíblia que é suficiente. Qualquer coisa escrita pelo homem não pode ser infalível…. Quero que o mundo inteiro saiba que a Bíblia é suficiente. Aqueles que comercializam estes materiais devem ser chamados ao arrepedimento e passar a considerar a Bíblia como suficiente

É imperioso dizer que isso não é apenas doloroso para Alex, mas para milhões de pessoas que compraram o seu livro e foram enganadas. Esses livros atacam a suficiência das Escrituras e são um câncer dentro da Igreja de Deus. Precisamos que meninos como Alex viajem para o céu e voltem para nos contar como foi? Jesus deixou claro na parábola de Lucas 16 sobre o rico e o Lázaro que mesmo que alguém fosse ressuscitado dos mortos e enviado para alertar os não convertidos sobre os horrores do inferno, eles ainda assim não acreditariam. Se eles não acreditarem no testemunho dado a eles por Moisés e pelos Profetas (uma forma de falar da autoridade e suficiência das Escrituras), eles não acreditarão em ninguém que volte dos mortos.

Devemos ter clareza absoluta sobre o fato de que não existe profecia falível e sem autoridade. Temos uma categoria para isso chamada “falsa profecia”, que é ensinada por um falso profeta.

Qualquer prática contemporânea de revelação divina deve ser rejeitada porque é falsa. Deus nos deu sua Palavra e devemos buscar a Deus através das páginas das Escrituras. Ela é suficiente e autoritativa. Novas revelações, visões, sonhos, inspirações interiores, declarações proféticas são simplesmente distrações desnecessárias que afastam as pessoas da Bíblia e jogam as ovelhas de Deus para os lobos. Devemos ter clareza absoluta sobre o fato de que não existe profecia falível e sem autoridade. Temos uma categoria para isso chamada “falsa profecia”, que é ensinada por um falso profeta.

Charles Spurgeon era conhecido por pregações ousadas. Talvez ele não pudesse ter sido mais ousado do que em seu sermão intitulado “O Paracleto” em 6 de outubro de 1872, quando disse o seguinte:

queridos irmãos e irmãs, honrem o Espírito de Deus como você honraria Jesus Cristo se Ele estivesse presente! Se Jesus estivesse habitando em sua casa, você não iria ignorá-lo; você não iria para o trabalho como se Ele não estivesse ali! Não ignore a Presença do Espírito Santo em sua alma! Eu suplico, não vivam como se nem tivessem ouvido que há um Espírito Santo. A Ele, prestem constante adoração; reverenciem o augusto Convidado que se agradou em fazer de seu corpo sua santa habitação; ame-O, obedeça-Lhe, adore-O! Cuide de nunca imputar as vãs imaginações de suas fantasias a Ele. Tenho visto o Espírito de Deus sendo vergonhosamente desonrado por pessoas (espero que sejam insanas) que têm dito que tiveram isso e aquilo revelado a elas. Nos últimos anos, não se passou uma semana sequer sobre a minha cabeça na qual não tenha sido importunado com revelações de hipócritas ou maníacos! Semilunáticos amam vir com mensagens do Senhor para mim, e pode ser que eles sejam poupados de problemas se eu lhes disser de uma vez por todas que não receberei nenhuma de suas mensagens estúpidas! Quando meu Senhor e Mestre tiver alguma mensagem para mim, Ele sabe onde estou, e Ele a enviará diretamente para mim – não por loucos impulsivos! Nem sonhe que eventos são revelados para você do Céu, ou você se tornará como aqueles idiotas que ousam a imputar suas tolices ruidosas ao Espírito Santo; se você sentir sua língua coçar para falar coisas sem sentido, credite isso ao demônio, não ao Espírito de Deus! Qualquer coisa que deva ser revelada pelo Espírito a qualquer um de nós, já está na Palavra de Deus; Ele não adiciona nada à Bíblia, e nunca o fará! Deixe as pessoas que têm revelações disso e daquilo, e daquilo outro, irem para suas camas e acordarem em seus delírios.

Para encerrar, não compartilho esse trecho do sermão de Spurgeon para dizer que Sam Storms é louco. Compartilho-o para salientar o fato de Spurgeon e outros ao longo da história terem permanecido firmes contra o erro do continuismo. No entanto, estou preocupado com a prática continuísta de usar o nome do Senhor em vão pois atribuem ao Espírito Santo palavras carnais que se originam na mente e no coração do homem, e não no próprio Deus.

Esse é o propósito do documentário cessacionista e da nossa conferência cessacionista que será realizada em Oklahoma em outubro de 2024.

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Josh Buice | Brasil

Josh Buice é o fundador do Ministério G3 e serve como pastor na Pray’s Mill Baptist Church (Igreja Batista Moinho de Oração) na zona oeste de Atlanta. Ele ama teologia, pregação, história da Igreja, e é bastante compromissado com a Igreja local. Ele gosta de praticar esportes, como corrida de longas distâncias e costuma caçar nas florestas do país. Ele tem escrito sobre salvação pela Graça desde que estava no seminário e tem atingido um número relevante de leitores com o passar dos anos.