A Igreja Católica não é cristã

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um dos problemas quando se trata de religião é igualar todas e abordar cada uma como igual a outra. Aprendemos a necessidade de “coexistir” com outras religiões tradicionais. Nos últimos anos, existe uma tendência crescente de afirmar que o catolicismo romano é apenas mais um grupo denominacional dentro do cristianismo ortodoxo. Esse infelizmente não é o caso. Para ser franco, o Catolicismo Romano é uma religião falsa que prega um evangelho diferente do Evangelho de Jesus. Os católicos romanos não são cristãos e não devem ser considerados irmãos em Cristo.

Não devemos aceitar os católicos romanos como cristãos com base nos seus ensinos oficiais. Neste artigo, resumirei algumas diferenças doutrinárias importantes que existem entre o Catolicismo Romano e o Cristianismo.

O Falso Evangelho e a Igreja Católica

A Bíblia ensina claramente que todos pecaram e transgrediram a santa Lei de Deus (Rm 3:23). Para serem reconciliados com Deus, os pecadores devem aproximar-se de Deus pela fé e abraçar o dom gratuito da salvação no sacrifício de Jesus Cristo (Rm 5:8; Rm 10:13). As Escrituras são explicitas ao afirmar que ninguém recebe o perdão dos pecados através das obras (Ef 2:8-9). A salvação é um presente de Deus para que ninguém se orgulhe.

De acordo com a doutrina católica oficial, para que uma pessoa seja salva é uma tarefa bastante trabalhosa. Envolve etapas como graça real, fé, boas obras, batismo, participação nos sacramentos, penitência, indulgências e guarda dos mandamentos. Em resumo, a doutrina da sotereologia ensinada pela Igreja Católica Romana é um sistema baseado em obras onde alguém faz o seu próprio caminho para Deus. Abaixo você verá algumas citações do Catecismo da Igreja Católica.

A Fé é necessária à Salvação (mas não somente)

A fé é central para a teologia cristã, mas de acordo com a Igreja Católica Romana, é apenas um aspecto dentro do sistema de salvação. De acordo com o seu Catecismo:

  • A fé é necessária para a salvação. O próprio Senhor o afirma: «Quem acreditar e for baptizado salvar-se-á, mas quem não acreditar será condenado» (Mc 16, 16). (CICAR 183).

De acordo com os ensinamentos oficiais da Igreja Católica Romana, a fé é necessária para a salvação, o que é bom, mas não para por aí. A fé, na teologia católica romana, é apenas o ponto de partida. Eles constroem um fundamento baseado em obras humanas – incluindo “a Igreja” e a tradição.

  • O santo Concílio «ensina, apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, que esta Igreja, peregrina na terra, é necessária à salvação (CICAR 846)

O Batismo é Necessário

Embora sejamos chamados a seguir o Senhor no batismo como um meio de nos identificarmos com o Senhor Jesus Cristo e sua Igreja, não devemos abraçar a prática do batismo como uma ordenança/sacramento salvador. A Igreja Católica Romana conecta o batismo à justificação.

  • A justificação foi-nos merecida pela paixão de Cristo. Foi-nos dada por meio do Baptismo. Conforma-nos com a justiça de Deus, que nos faz justos. Tem como fim a glória de Deus e de Cristo e o dom da vida eterna. É a obra mais excelente da misericórdia de Deus. (CICAR 2020)
  • O Batismo é necessário para a salvação de todos aqueles a quem o Evangelho foi anunciado e que tiveram a possibilidade de pedir este sacramento. A Igreja não conhece outro meio senão o Batismo para garantir a entrada na bem-aventurança eterna (CICAR 1257)

Como se pode ver, de acordo com a Igreja Católica Romana, o batismo é um sacramento necessário pelo qual é concedida a salvação de uma pessoa. Eles blasfemam, dizendo: “A Igreja não conhece outro meio além do Batismo para garantir a entrada na bem-aventurança eterna”. A referência deles à “Igreja” é uma referência à Igreja Católica Romana. Eles não reconhecem nenhuma outra igreja como legítima. A base da sua afirmação está centrada na crença de que “o batismo, ao transmitir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original” (CICAR 405). Os seus erros são inúmeros.

A Igreja Católica Romana não aceita os cristãos protestantes como irmãos e irmãs em Cristo até os dias de hoje. Por que abraçaríamos os católicos romanos como cristãos?

Nos anos de 1500, os reformadores romperam com a Igreja Católica Romana e expuseram o seu falso evangelho. Os protestantes se levantaram contra a venda de indulgências (literalmente a venda da salvação) e contra as práticas antibíblicas da religião romana. Além do mais, a Igreja Católica Romana confrontou os Reformadores com a sua própria declaração do Concílio de Trento (1545 – 1563) que continha linguagem condenatória dirigida diretamente aos protestantes. Considere algumas declarações importantes que foram publicadas oficialmente pela Igreja Católica Romana no Concílio de Trento. Deve-se notar que o uso de “anátema” é intencional e pretende ser uma declaração de que qualquer pessoa que adote os ensinamentos protestantes é considerada condenada ao inferno pela Igreja Católica Romana.

  • Justificação: O Concílio de Trento renúncia a ideia da justificação somente pela fé, destacando a necessidade das obras: Cân. 24. “Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva nem tão pouco se aumenta diante de Deus pelas boas obras, mas que as boas obras somente são frutos e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa do aumento da mesma — seja excomungado“.  (Sessão 6, cânon 24)
  • Sacramentos: No que diz respeito aos sacramentos, o Concílio os afirma e excomunga quem os rejeita: “844. Cân. 1. Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não foram todos instituídos por Jesus Cristo Nosso Senhor, ou que são mais ou menos que sete, a saber: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema-Unção, Ordem e Matrimônio; ou que algum destes sete não é verdadeira e propriamente sacramento — seja excomungado.” (Sessão 7, cânon 1)
  • Transubstanciação: O Concílio afirma a doutrina da transubstanciação e excomunga quem o nega: 883. Cân. l. Se alguém negar que no Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e por conseguinte o Cristo todo, e disser que somente está nele como sinal, figura ou virtude — seja excomungado (Sessão 13, cânon 1)
  • Boas obras e a vontade humana: 819. Cân. 9. Se alguém disser que o ímpio é justificado somente pela fé, entendendo que nada mais se exige como cooperação para conseguir a graça da justificação, e que não é necessário por parte alguma que ele se prepare e disponha pela ação da sua vontade — seja excomungado (Concílio de Trento, Cânon da Justificação n° 09).

Observe como eles colocam “somente a fé” na mira de seus ensinamentos. Eles se opõem veementemente aos ensinamentos das Escrituras de que a salvação vem somente pela fé em Jesus Cristo. Além disso, eles também ensinam que o ser humano coopera com Deus para a justificação. Isto está em contradição com os ensinamentos das Escrituras. A Igreja Católica Romana não aceita os cristãos protestantes como irmãos e irmãs em Cristo até hoje. Por que abraçaríamos os católicos romanos como cristãos?

A Igreja Católica Rejeita o Sola Scriptura

Durante a Reforma, uma lista de cinco declarações foram publicadas pelos Reformadores como bandeiras para ilustrar sua posição em relação às doutrinas essenciais da fé. Essas declarações ficaram conhecidas como os cinco solas da Reforma:

  • Sola Scriptura (Somente a Escritura)
  • Sola Gratia (Somente a Graça)
  • Sola Fide” (Somente a fé)
  • Solus Christus (Somente Cristo)
  • Soli Deo Gloria (Somente Deus é digno de Glória)

No topo da lista está Sola Scriptura. A Bíblia é suficiente para nos fornecer tudo o que é necessário para a fé salvadora e a obediência a Deus. Sola Scriptura é intencionalmente colocada no topo da lista porque se a sua doutrina das Escrituras for corrompida, isso resultará na corrupção subsequente de outras doutrinas-chave, como a doutrina da salvação e a doutrina da igreja. Certamente a negação da Sola Scriptura por parte da Igreja Católica Romana leva a erros funcionais de adoração como quando rezam aos santos e também elevam Maria a co-Redentora. No Concílio de Trento, a Igreja Católica Romana, a título oficial, mirou diretamente nesta doutrina fundamental da Sola Scriptura:

Tradição e Escritura: O Concílio defende a autoridade tanto da Sagrada Tradição como das Escrituras e excomunga aqueles que rejeitaram esta dupla autoridade: “Se alguém não aceitar os livros inteiros com todas as suas partes… como estão acostumados a serem lidos na Igreja Católica… que seja excomungado” (Sessão 4, Cânone 8).

É posição da Igreja de Jesus Cristo abraçar a inerrância, infalibilidade, autoridade e completa suficiência da Palavra de Deus. Contudo, a Igreja Católica Romana comete o erro trágico de adicionar as tradições da Igreja Católica Romana às Sagradas Escrituras. Na verdade, chegam ao ponto de elevar a tradição ao nível da autoridade divina. Portanto, se a Igreja Católica Romana reconhece oficialmente um ensinamento como verdade – não importa o que a Bíblia diga – ele deve ser considerado sagrado, santo, divino e autoritativo.

Quando a Bíblia foi lançada na língua franca, começando com Martinho Lutero em alemão, seguido por William Tyndale em inglês, ela tirou o controle da Igreja Católica Romana. Esta foi a centelha da Reforma.

“A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura, portanto, estão intimamente ligadas e comunicam-se uma com a outra. Pois ambos, fluindo da mesma fonte divina, unem-se para formar algo único e avançam em
direção ao mesmo objetivo.” Cada um deles torna presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu permanecer com os seus “sempre, até ao fim dos tempos”

A Palavra de Deus não precisa de acréscimos ou adendos. Como Paulo disse a Timóteo, a Palavra de Deus é capaz de reprovar, repreender, edificar e educar (2Tm 4:1-5). Adicionar algo à Palavra da Verdade não é apenas um erro blasfemo contra a santa Palavra de Deus, mas contra o próprio Deus. Ele esqueceu algo? Ele foi negligente? É um erro grave sugerir que a Palavra de Deus está incompleta. Este é um erro que prejudica a alma (Ap 22:18-19). R.C. Sproul resumiu corretamente o fato de que a Igreja Católica Romana negou o verdadeiro evangelho de Jesus e não deveria ser aceita como uma igreja verdadeira:

No momento em que a Igreja Católica Romana condenou a doutrina bíblica da justificação apenas pela fé, negou o evangelho e deixou de ser uma igreja legítima, independentemente de todas as restantes afirmações da ortodoxia cristã. Abraçá-la como uma igreja autêntica quando de fato ela continua a repudiar a doutrina bíblica da salvação é fatal.

Portanto, os protestantes continuam a protestar contra a Igreja Católica Romana até que ela se arrependa oficialmente de pregar um falso evangelho de obras mortas e mude as suas doutrinas oficiais para se alinhar com os ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo a partir somente das Escrituras– não podemos e não devemos aceitar os católicos romanos como cristãos.

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Author Roman-Catholics-Not-Christians

Josh Buice | Brasil

Josh Buice é o fundador do Ministério G3 e serve como pastor na Pray’s Mill Baptist Church (Igreja Batista Moinho de Oração) na zona oeste de Atlanta. Ele ama teologia, pregação, história da Igreja, e é bastante compromissado com a Igreja local. Ele gosta de praticar esportes, como corrida de longas distâncias e costuma caçar nas florestas do país. Ele tem escrito sobre salvação pela Graça desde que estava no seminário e tem atingido um número relevante de leitores com o passar dos anos.