Como Jesus pregava?

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O mundo de hoje está cheio de pessoas que pensam a partir de uma falsa ética de amor que nega o verdadeiro amor e o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo. Uma pesquisa de adesivos de para-choque e frases da moda que circulam pelos canais da mídia social revela uma visão lamentavelmente deficiente da pessoa e da obra de Jesus.

Nos últimos vinte anos, Joel Osteen foi chamado de o “Pastor da América” e sua igreja permaneceu consistentemente entre as 5 maiores igrejas da América. Em sua infame entrevista com Larry King em 2005, Joel Osteen fez algumas declarações extremamente preocupantes que se tornaram comuns em seu ministério ao longo dos anos. Quando King perguntou a Osteen sobre pecados específicos, ele fugiu da pergunta, mas eventualmente Osteen fez uma afirmação preocupante.

KING: E as questões sobre as quais a igreja é inflamada? Aborto? Casamentos homossexuais?

OSTEEN: Sim. Quer saber, Larry? Eu não entro nesses assuntos. Isso é algo que eu não discuto …

KING: Ainda assim, você tem opiniões.

OSTEEN: Eu tenho opiniões. Eu só, você sabe, eu não acho que um casamento entre pessoas do mesmo sexo é a maneira que Deus pretendia que fosse. Não acho que o aborto seja a melhor opção. Eu acho que existem opções melhores, você sabe, uma maneira melhor de viver a vida. Mas não vou condenar essas pessoas. Eu digo a eles o tempo todo que nossa igreja está aberta para todos os grupos.

KING: Você não os chama de pecadores?

OSTEEN: Eu não.

KING: Essa é uma palavra que você não usa?

OSTEEN: Eu não uso. Eu nunca pensei muito sobre isso. Mas provavelmente não. A maioria das pessoas sabe o que está fazendo de errado. Quando eles vão a minha igreja, eu quero dizer a eles que podem mudar. Porque a vida deles pode ser diferente. Então não falo sobre condenação.

Embora Joel Osteen tenha emitido um pedido público de desculpas por não ter sido claro em relação à doutrina da expiação de Cristo durante sua entrevista de 2005 com Larry King, ele continuou muito consistente ao longo dos anos em sua aceitação de todas as pessoas na vida de sua igreja e uma recusa em alertar as pessoas sobre o perigo de persistir no pecado. Osteen inclusive se recusou a fazer apelos para que os pecadores se arrependam.

A pregação de Jesus era bem diferente de muitas personalidades modernas dentro do evangelicalismo. Jesus pregou o evangelho e, ao fazê-lo, chamou os pecadores ao arrependimento. Jesus disse: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependam-se e creiam no evangelho”. (Marcos 1:14). O termo arrependimento vem de um termo grego “μετανοέω” que traz a ideia de dar meia volta e mudar de direção. É uma palavra que sugere mudar pensamentos, percepções, disposições e propósitos. Jesus exigiu que as pessoas abandonassem seus caminhos de rebelião e se submetessem a Deus. Esta descrição da pregação de Jesus revela o fato de que Jesus era um pregador de confronto.

Depois que João Batista foi morto por Herodes, a popularidade de Jesus continuou a crescer e as multidões continuaram a se expandir. Quando Herodes ouviu falar da fama de Jesus, ele fez ao seu povo exatamente a mesma pergunta que Jesus certa vez fez a seus discípulos. Herodes queria saber o que a população em geral pensava sobre a identidade de Jesus. O povo relatou a Herodes que alguns acreditavam que Jesus era João Batista ressuscitado dentre os mortos, outros acreditavam que ele era Elias e outros ainda mantinham a opinião de que ele era algum outro profeta . Quando Herodes ouviu os relatos, ele respondeu e disse: “João, a quem eu decapitei, ressuscitou” (Marcos 6:16).

Este foi o mesmo relato dado pelos discípulos a Jesus quando ele lhes fez a mesma pergunta (Mt 16:13-20). Se as pessoas pensavam que Jesus era João Batista ou talvez um ousado profeta antigo ressuscitado dos mortos, você pode imaginar como deve ter sido ouvir sua pregação. Desnecessário dizer que Jesus pregou com a convicção e o poder dos profetas.

O historiador israelense David Flusser afirma que Jesus deve ser visto como alguém que “representou uma tendência humanística no judaísmo e que estava se desenvolvendo a partir da ala liberal da Escola de Hillel”. um sentimento de amor, compreensão e identificação com os outros seres humanos.” Qualquer leitura séria do Novo Testamento contradiz a noção de que Jesus era um rabino ecumênico que vagava por aí empregando uma ética sentimentalista de amor. Embora Jesus amasse as pessoas, esse amor genuíno é demonstrado em sua disposição de chamar as pessoas ao arrependimento.

Qualquer leitura séria do Novo Testamento contradiz a noção de que Jesus era um rabino ecumênico que vagava por aí empregando uma ética sentimentalista de amor. Embora Jesus amasse as pessoas, esse amor genuíno é demonstrado em sua disposição de chamar as pessoas ao arrependimento.

Jesus não veio ao Mundo em uma viagem turística, ele veio em missão. Essa missão envolvia a pregação das boas novas e o enfrentamento enfático do pecado. Quando Jesus pregava, ele não evitava conflitos contra o pecado. A abordagem de Jesus à pregação demonstrou seu firme compromisso com a verdade. A pregação de Jesus não estava centrada em fazer as pessoas se sentirem bem consigo mesmas. Vemos isso em como ele se dirigiu aos fariseus e aos líderes religiosos de sua época.

Em Mateus 23, encontramos as palavras mais severas que já saíram da boca de Jesus em seu ministério terreno. Elas foram dirigidas aos líderes religiosos de Israel. As pessoas incumbidas de posições de poder e influência que deveriam estar mostrando Deus às pessoas e liderando o caminho para a adoração, ainda assim eram homens perversos com corações poluídos. Jesus os chamou de “guias cegos” em Mateus 23:16 e “sepulcros caiados” cheios de ossos de mortos em Mateus 23:27. A potência da pregação de Jesus é demonstrada quando ele vociferou as desgraças do julgamento na elitista comunidade religiosa. Jesus dirigiu-se aos fariseus dizendo: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois vocês viajam por mar e terra para fazer um único prosélito, e quando ele se torna um prosélito, vocês o tornam duas vezes mais filho do inferno do que vocês”.

Isso não é uma pregação suave, no mínimo. Jesus foi um pregador do julgamento que emitiu “ais” após “ais” como fiel arauto de Deus. Da mesma maneira, Jesus chamou os pecadores pessoalmente. Ele fez isso no caso da mulher no poço de Jacó em João 4. Em vez de acomodá-la e tentar conquistá-la por meio de palavras gentis, Jesus adotou uma abordagem diferente. Ele foi honesto com ela sobre seu pecado. As palavras de Jesus perfuraram seu coração quando ele expôs suas práticas de adultério e divórcio. No entanto, como fiel pregador da justiça, Jesus não a deixou em um lugar de vergonha. Ele a apontou para as águas vivas de sua graça soberana, onde ela seria totalmente saciada e perdoada de sua rebelião contra Deus.

Compare a pregação de Jesus com o mundo evangélico moderno ou com algumas das tendências fracassadas do evangelicalismo e você começará a ver um forte contraste. Li um artigo de John MacArthur alguns anos atrás intitulado “O que há de errado com ‘ser amigável’?” No artigo, John MacArthur está abordando o fenômeno “amigável” que varreu o evangelicalismo com o movimento de crescimento de igrejas atrativas aos perdidos. Ele forneceu alguns testemunhos populares dessas igrejas “amigáveis” sendo usadas como ferramentas de marketing para alcançar sua comunidade. Um membro descreveu sua igreja assim:

“Os sermões são relevantes, otimistas e, o melhor de tudo, curtos. Você não ouvirá muita pregação sobre pecado, condenação e fogo do inferno. Pregação aqui nem parece pregação. É uma conversa sofisticada, urbana e amigável, quebra todos os estereótipos.”

O movimento de crescimento da igreja foi um desastre total e um fracasso total. O resultado do movimento de crescimento da igreja foi que ele acomodou a cultura, diluiu a mensagem da igreja, sequestrou púlpitos e acolheu bodes na membresia da igreja local.

Em seu ministério terreno, Jesus nunca teve como objetivo uma conversa sofisticada e urbana. Jesus foi o Profeta de Deus que transmitiu fielmente a mensagem do Evangelho. O movimento de crescimento de igreja foi um desastre total e um fracasso total. O resultado do movimento de crescimento de igreja foi que ele acomodou a cultura, diluiu a mensagem da igreja, sequestrou púlpitos e acolheu bodes na membresia da igreja local. Ao invés de permanecer comprometido com a verdade e pregar a Palavra de Deus fielmente, muitos púlpitos cederam aos truques da filosofia do ministério atraente ao perdido e, infelizmente, muitas igrejas locais nunca se recuperaram.

A medida que o púlpito de hoje permanece debaixo de ataque de uma cultura perversa, devemos manter nossa posição e permanecer comprometidos com a definição bíblica de pregação na vida da igreja local para a glória de Deus.

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Josh Buice | Brasil

Josh Buice é o fundador do Ministério G3 e serve como pastor na Pray’s Mill Baptist Church (Igreja Batista Moinho de Oração) na zona oeste de Atlanta. Ele ama teologia, pregação, história da Igreja, e é bastante compromissado com a Igreja local. Ele gosta de praticar esportes, como corrida de longas distâncias e costuma caçar nas florestas do país. Ele tem escrito sobre salvação pela Graça desde que estava no seminário e tem atingido um número relevante de leitores com o passar dos anos.